Energias Alternativas - Renováveis

As Energias Alternativas: Renováveis
Os recursos energéticos renováveis têm a vantagem de:
- serem fontes inesgotáveis;
- serem pouco poluentes;
-estarem disponíveis por todo o lado.
A Energia Eólica

A energia eólica é a conversão da energia do vento em electricidade, através da utilização de aerogeradores em parques eólicos. Esta energia renovável tem um carácter não poluente, podendo ser produzida em pequenas centrais, tecnologicamente simples, de rápida construção e de fácil manutenção. Portugal apesar de não ser um dos países mais ventosos da Europa, tem condições muito favoráveis ao aproveitamento da energia do vento. No entanto, apesar das suas potencialidades eólicas e das suas grandes tradições no aproveitamento deste tipo de energia, desde a moagem de cereais à navegação à vela, Portugal apresenta um ritmo de crescimento baixo, quando comparado por exemplo com a Alemanha, na produção de electricidade a partir desta energia. Contudo, já existem com alguma expressividade aerogeradores, que fornecem electricidade nas áreas rurais. Nos últimos anos, foram construídos quatro parques eólicos com uma dimensão superior ao de Sines (Sul do país - primeiro parque eólico a ser construído), dois em Lamego e um na Serra do Marão (ambos no Norte do país), outro em Vila do Bispo (Sul do país), um em Santa Maria (Arquipélago dos Açores) e um no Caniçal (Arquipélago da Madeira).

Energia Geotérmica

A energia Geotérmica é pouco poluente e resulta do aproveitamento energético do calor da Terra, sobretudo de áreas vulcânicas ou sísmicas, onde a temperatura pode atingir entre os 150º C e os 300ºC a profundidades de 500 a 2000 metros.
Esta energia destina-se sobretudo à obtenção de água ou vapor a temperaturas relativamente elevadas, que podem ser utilizadas no aquecimento ou na produção de electricidade.
Os Açores possuem um solo de origem vulcânica, o que revela grandes potencialidades ao nível geotérmico. Destaca-se a ilha de São Miguel, com as centrais de Ribeira Grande e do Pico Vermelho. A central da Ribeira Grande produz cerca de 40% da electricidade consumida pela população desta ilha e tem capacidade para satisfazer em 70% as necessidades de consumo dos seus habitantes. Também na ilha Terceira as projecções efectuadas apontam, actualmente, para uma contribuição da energia geotérmica superior a 50%.
No arquipélago da Madeira foram recentemente divulgados, em algumas áreas, indicadores de algum potencial geotérmico.
No continente, estão em funcionamento, desde meados dos anos 80, pequenos aproveitamentos em Chaves e São Pedro do Sul. Outros pólos interessantes, conjugando disponibilidades de recursos e mercados, situam-se em Caldas da Rainha, Manteiga, Monção e Vizela. No caso das Bacias Sedimentares, entrou em funcionamento, em 1992, o projecto geotérmico do Hospital da Força Aérea no Lumiar, em Lisboa.
Energia da Biomassa

É a segunda fonte energética renovável mais utilizada em Portugal. A biomassa (matéria orgânica de origem animal e vegetal) é essencialmente utilizada para a produção de calor (por combustão de lenhas e resíduos sólidos), de gás (biogás) e de combustíveis ligados (etanol e metanol - já muito utilizados no Brasil, em substituição parcial ou total da gasolina). Em Portugal é essencialmente utilizada na produção de calor e de biogás, em instalações designadas por digestores. A grande vantagem desta fonte energética é a sua contribuição para a redução da poluição ambiental, pois evita-se o lançamento dos resíduos nos efluentes. Existem cerca de uma centena de instalações de produção de biogás. Mais de um terço localiza-se na região de Lisboa e Vale do Tejo. Estão, na maioria, ligadas às explorações agro-pecuárias, como as suiniculturas, os aviários e as vacarias.

-Biogás

O biogás é um gás combustível, constituído em média por 60& de metano e 40% de dióxido de carbono, que é obtido pela degradação biológica anaeróbia da matéria orgânica.

As vantagens do aproveitamento do biogás passam pela redução da energia consumida no tratamento dos resíduos e pela queima do metano, que faz com que não ocorra o seu lançamento na atmosfera, onde é fortemente nocivo em termos de efeito de estufa.

As áreas potenciais principais de produção de biogás são as do sector agro-pecuário, da indústria agro-alimentar, das ETAR (Estações de Tratamento de Águas Residuais) municipais e dos resíduos sólidos urbanos (RSU).

- Biocombustíveis

Os biocombustíveis são produzidos a partir de plantas, como a cana-de-açucar, a beterraba, o trigo, etc. A utilização de combustíveis de origem natural é um reflexo da maior mobilidade de pessoas e de bens. O biodiesel é largamente utilizado em diversos países europeus, com especial relevância na França e na Alemanha, o mesmo acontecendo com o etanol no Brasil e nos EUA.

Da utilização de biocombustíveis resultam vários benefícios de natureza:

- económica (redução da factura energética, promoção de actividades capazes de criar riqueza local); - social (criação de emprego, fixação de populações, combate à desertificação); - estratégica (diminuição da dependência energética, promoção dos recursos energéticos endógenos); - ambiental (comparativamente à cadeia de produção de combustíveis fósseis, a produção de biodiesel permite evitar a emissão de 2,17 toneladas de CO2/ton).

Energia das Ondas e Marés

A grande finalidade no aproveitamento desta energia é a produção de electricidade. Em Portugal, o potencial de energia das marés é relativamente pequeno, uma vez que na costa portuguesa a diferença altitudinal entre a maré alta e a maré baixa é, em média, inferior a 3 metros. Contrariamente, no aproveitamento da energia das ondas, como a costa portuguesa é caracterizada por uma grande agitação marítima, as zonas costeiras portuguesas (em especial a costa ocidental do continente e as ilhas dos Açores) têm condições naturais muito favoráveis para o aproveitamento desta energia.

A ilha do Pico possui uma pequena central de aproveitamento das ondas, que produz cerca de 15% da energia eléctrica consumida na ilha.

No continente, recentemente, foi instalada frente à praia da Aguçadoura (Póvoa do Varzim) a primeira central maremotriz do Mundo.

Uma central maremotriz é caracterizada essencialmente por grandes tubos semi-flutuantes de algumas dezenas de metros, ligados entre si por uma articulação móvel e colocados em série na transversal das ondas. Estas fazem mover um tubo de cada vez que impele um fluido hidráulico numa movimentação energética suficiente para accionar geradores hidráulicos de electricidade. Trata-se pois de um óleo a alta pressão que acciona motores hidráulicos, os quais fornecem a energia mecânica a geradores eléctricos.

No resto da Europa (Reino Unido, Irlanda, Holanda, Noruega, Dinamarca) e alguns outros países (Japão, Índia, China , Austrália e EUA) têm também desempenhado um papel importante no desenvolvimento da utilização desta energia.

Energia Hídrica

No decurso do século passado, a produção de electricidade foi principalmente efectuada através da construção de barragens de grande e média capacidade. Assim, um dos objectivos subjacentes à construção de barragens é a produção de electricidade (hidroelectricidade ou electricidade primária), a qual se tem traduzido num processo muito efeiciente e amigo do ambiente. Mais recentemente, a energia cinética da água tem sido aproveitada na aplicação de mini-hídricas, cuja construção visa atenuar os problemas das grandes barragens hidroeléctricas.

Estas consistem na construção de pequenos açudes ou barragens que desviam uma parte do caudal do rio, que é canalizado para um local desnivelado (onde estão as turbinas), produzindo assim electricidade. Actualmente, existem em Portugal cerca de 100 mini-hídricas.

Os incovenientes ambientais associados às mini-hídricas resumem-se praticamente à fase de construção, contrariamente aos registados pelas grandes barragens, uma vez que a construção destas infra-estruturas tem ocupado custos muito elevados, tanto pela obra em si, como pelo valor dos terrenos. Existem também custos ecológicos, sobretudo ao nível da fauna e da flora.

- As centrais hidroeléctricas e termoeléctricas

Em Portugal existem cerca de seis dezenas de centrais hidroeléctricas e oito centrais termoeléctricas que asseguram cerca de 94% das necessidades totais de electricidade do continente. As centrais de produção de electricidade raramente funcionam todas em simultâneo, o que traduz uma relação de complementaridade em termos de produção de energia eléctrica, pois o seu contributo vai depender não só das características do ano hidrológico e, consequentemente, da quantidade de água nas barragens, mas também do preço dos combustíveis. deste modo, em anos pluviosos, o nível das albufeiras de barragem é elevado, o que representa um aumento da produção de hidroelectricidade e uma diminuição da produção termoeléctrica. Em anos secos, existe um decréscimo da produção de electricidade pelas hidroeléctricas e um aumento da sua produção pelas centrais térmicas.

As energias renováveis, ao considerar o aproveitamento hídrico, têm já um peso significativo na produção de electricidade. Em Portugal, as centrais hidroeléctricas produzem cerca de 30% a 45% do total de electricidade a nível nacional, dependendo, no entanto, de vários factores, como os quantitativos pluviométricos anuais. Apesar disso, o aumento dos consumos e os problemas associados à utilização de outras fontes energéticas continuam a reforçar a necessidade de aproveitar a energia hídrica para a produção de electricidade.

A maioria das barragens hidroeléctricas portuguesas localizam-se a Norte do rio Tejo, devido aos elevados valores médios anuais de precipitação aí registados e ao carácter acidentado do relevo, com muitos vales estreitos, relativamente profundos e declivosos. O sistema do rio Douro (Douro nacional e internacional) é o mais importante de Portugal, produzindo mais de metade da energia hidroeléctrica. Seguem-se os sistemas Cávado-Rabagão-Homem, Lima e Tejo-Zêzere-Ocresa. A Sul do Tejo, devido aos escassos quantitativos pluviométricos e ao relevo ser pouco acidentado, a produçaõ hidroeléctrica é praticamente insignificante. Destacam-se os sistemas de Maranhão (rio Seda), Bruceira e Velada (ribeira de Nisa) e Montargil (ribeira de Sor), todos no distrito de Portalegre.

As centrais termoeléctricas produzem mais de 60% do total da electricidade em Portugal. As centrais de Sines e do Pego funcionam a carvão, enquanto as restantes utilizam para a produção de lectricidade os derivados de petróleo, à excepção de Tapada do Outeiro, que, apesar de ter funcionado a carvão e a fuelóleo, está, juntamente com a do Pego, preparada para funcionar a gás natural. A central de maior potência é a de Sines, cuja produção é de cerca de 55% da electricidade de origem térmica e de cerca de 36% do total de energia eléctrica produzida em território português. Seguem-se a de Setúbal (que actualmente desenvolve o Projecto de Valorização de Efluentes Térmicos em Agricultura protegida) e a do Carregado.

As centrais de Tunes (Algarve) e a do Alto Mira (Amadora), apesar da fraca produção, são fundamentais, garantindo reservas em situações de mergência do sistema electroprodutor português. O sistema termoeléctrico tem evoluído e o seu peso deverá ainda aumentar com a introdução do gás natural. este permite uma menor dependência dos elementos de clima, nomeadamente em anos secos ou em períodos de fraca precipitação, compensando a fraca produção de lectricidade pelas centrais hidroeléctricas.

Contudo, as centrais termoeléctricas apresentam as seguintes desvantagens: aumento da poluição, uma vez que libertam para a atmosfera enormes quantidades de dióxido de carbono e outros gases, a que se associam espessas nuvens de fumo, no caso das que utilizam o carvão, e ainda o aumento da dependência externa, devido ao consumo elevado de outras fotes de energia, nomeadamente, os combustíveis fósseis, que no caso de Portugal como não os possui, tem que importar.

Energia Solar

A energia solar é universal, gratuita, não poluente e infinitamente renovável, sendo uma alternativa às fontes energéticas tradicionais e mesmo à energia hidroeléctrica. Assim, a sua utilização, quer para aquecimento quer para a produção de electricidade, apresenta muitas vantagens, como a redução da emissão de dióxido de carbono para a atmosfera, o que vai minimizar o efeito de estufa. Esta energia poderá então ser aproveitada de forma directa em energia térmica (energia solar térmica) e, de forma indirecta, em electricidade (energia fotovoltaica).

- Energia Térmica

A energia solar térmica não é mais do que um aproveitamento da energia solar através da sua captação por uma superfície que absorve o calor e o transfere para um fluido, que é geralmente a água. É frequentemente utilizada no aquecimento de edifícios, de águas para uso doméstico e de piscinas, com recurso a painéis solares.

- Energia Fotovoltaica

A energia fotovoltaica consiste na produção de nergia eléctrica por via fotovoltaica e é produzida recorrendo a células solares (superfícies cristalinas de silício semi-condutoras), que convertem a radiação solar em electricidade (método mais prático e económico).

- Centrais Fotovoltaicas

A maior central solar do mundo, localizada em Brinches, no concelho alentejano de Serpa (Sul de Portugal) já entrou em funcionamento. Com 52 mil painéis fotovoltaicos espalhados por 32 hectares, a Central Solar Fotovoltaica de Serpa é actualmente a maior do mundo, com uma capacidade instalada de onze megawatts (MW). Sem custos de fuel ou emissões, a central tem capacidade para produzir 20 gigawats/hora por ano, electricidade suficiente para alimentar oito mil habitações e poupar mais de 30 mil toneladas em emissões de gases de efeito de estufa em comparação com uma produção equivalente a partir de combustíveis fósseis.

No entanto, está já a ser construída no baldio das Ferrarias, freguesia de Amareleja, concelho de Moura (Alentejo - Sul de Portugal) outra central fotovoltaica com uma capacidade de produção superior à de Serpa e que será em breve o maior empreendimento do género em todo o mundo.

Com mais de 350 mil painéis encaixados em cerca de 10 mil estruturas espalhadas por 114 hectares, a Central Fotovoltaica de Moura vai ter capacidade de 62 megawatts (MW). Com um investimento global previsto de cerca de 250 milhões de euros, o projecto prevê criar cerca de 240 postos de trabalho. Com a entrada em vigor do Protocolo de Quioto, a central deverá ser um importante contributo para o cumprimento dos objectivos de Portugal na área das energias renováveis.

2 comentários:

  1. Oi!!!
    A energia eólica está em expansão no mundo inteiro e no Brasil dá os seus primeiros passos.
    A falta de inovação tecnológica é o principal obstáculo para o desenvolvimento do setor de energia eólica no Brasil, de acordo com Ivonice Campos, diretora executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica.
    Um abraço.

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  2. Olá, tomei conhecimento deste seu artigo e considero-o muito bom. Parabéns. Se me permitir gostaria de o referir no meu blogue.
    Cumprimentos.

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