Medos e fobias na infância

Os medos e as fobias nas crianças
O Medo e a fobia não são a mesma coisa, ainda que muitas vezes muitas pessoas estabeleçam confusões entre as duas coisas. O medo define-se pelo surgimento de uma reacção ansiosa face a determinados estímulos. É uma emoção normal e que todos nós já experimentámos. Vários estudos apontam para que cerca de 45% a 50% das crianças sintam algum tipo de temor, sendo que as raparigas são normalmente mais vulneráveis que os rapazes. Isto não quer dizer que elas sintam medo com mais intensidade que os rapazes, mas, como existe por parte destas uma maior facilidade na exteriorização dos sentimentos e emoções, nós conseguimos perceber melhor o que estão a sentir.
Assim, quando se fala em medos, estamos a referirmo-nos a uma emoção saudável, que pretende alertar o ser humano dos perigos que o rodeiam. Seria difícil assegurar a sobrevivência da espécie humana, se não houvesse medo. Todos atravessaríamos estradas sem olhar para os lados, avançaríamos para animais ferozes ... enfim, o perigo não estaria sinalizado.
Alguns medos parecem, inclusive, estar enraizados no nosso inconsciente. Por exemplo, o medo do escuro, das trovoadas ou da morte, são medos que se encontram presentes no quotidiano do ser humano, desde os nossos antepassados mais longínquos.
Por seu turno, muitas pessoas confessam ter medo de cobras, mas nunca estiveram frente a frente com nenhuma, ou seja, o temor foi-lhes transmitido de alguma maneira.
As fobias da infância
A fobia é um medo patológico específico e intenso, desencadeado por um objecto ou situação, que por si só não acarreta qualquer perigo. Há uma lista infindável de fobias, que inclui coisas tão variadas desde o medo a um simples botão, até à figura do Pai Natal, passando pelas indefesas aranhas. Certo é que o fóbico acaba por ver a sua vida complicar-se, uma vez que as fobias o impedem de ter um dia-a-dia descontraído. Esta situação pode prolongar-se da infância até à idade adulta.
De facto, ao longo da infância, todos nós passamos por fases em que os medos estão no seu auge. À medida que vamos ficando mais amadurecidos a nível cognitivo e neurológico, vamos encontrando estratégias eficazes para lidar com os medos, pelo que muitos deles acabam mais tarde por desaparecer. O problema surge quando alguns desses medos permanecem ano após ano, de forma persistente e irracional. Nesse caso, há que haver uma atenção especial, caso contrário é certo que evoluem para fobias.
Há que ter presente que as fobias podem abalar o crescimento saudável de uma criança, porque são vividas tão intensamente que condicionam a sua auto-estima, a segurança e a confiança. Na escola, as crianças fóbicas apresentam uma fragilidade muito grande, pois estão constantemente angustiadas, quer seja devido à ausência da mãe ou por terem de apresentar um trabalho perante a turma. Não é fácil uma criança sentir-se impotente face a situações que até pode perceber que não são perigosas, mas simplesmente não consegue enfrentá-las! Neste caso, é essencial que os pais ou educadores saibam escutar a criança, desmistifiquem esses sentimentos e, sobretudo, que a ajudem no sentido de encontrar estratégias eficazes para resolver os seus medos.
Como respeitar os medos e as fobias dos seus filhos
Evite subestimar ou ridicularizar os medos dos seus filhos. Aprenda a aceitá-los como uma etapa natural de crescimento e responda de for­ ma adequada, preparando os seus filhos para as situações que os possam aterrorizar. Lembre-se que muitos medos são apreendidos, por isso, seja um bom modelo na educação. Evite socorrer-se do amedrontamento para controlar qualquer tipo de comportamento. Frases como "se não te portares bem vem aí o homem do saco ou o papão" ou "olha que vem o polícia e leva-te preso" podem levar ao surgimento de medos intensos e, mais tarde, de fobias. Seja compreensivo e tente perceber o que se passa à volta dos seus filhos por forma a tentar ajudá-los a superarem aquilo que os atormenta sem, no entanto, alterar a sua personalidade. Não se esqueça que os medos protegem os seus filhos dos perigos diários mas, quando excessivos eles podem tornar-se em fobias e este facto poderá tornar-se num distúrbio patológico que necessariamente precisará de ajuda urgente.
Os medos mais comuns segundo as idades

0 - 6 MESES DE VIDA

-->A perda da figura de referência (especialmente da mãe).

-->Os barulhos intensos.

7 - 12 MESES DE VIDA

-->A presença de pessoas estranhas.

-->Os imprevistos.

1.° ANO DE VIDA

-->O estar separado dos pais.

-->A presença de pessoas estranhas.

2.° ANO DE VIDA

-->Os barulhos.

-->A presença de animais.

-->A escuridão.

-->Os objectos de grande dimensão.

-->A mudança de meio.

-->O estar separado dos pais.

3.° E 4.° ANO DE VIDA

-->As máscaras.

-->A escuridão.

-->A presença de animais.

-->O estar separado dos pais.

5.° ANO DE VIDA

-->O estar separado dos pais.

-->A presença de animais.

-->As pessoas más, ladrões, assaltantes.

-->A dor física.

6.° ANO DE VIDA

-->Os seres sobrenaturais; monstros.

-->As bruxas.

-->As trovoadas.

-->Dormir ou ficar sozinho.

-->O estar separado dos pais.

-->A escuridão.

7.° E 8.° DE ANO DE VIDA

-->Os seres sobrenaturais.

-->A escuridão.

-->O ficar só.

-->Filmes, notícias, informações transmitidas pelos media Ofensas corporais (que acarretem dor).

9.° AO 12.° ANO DEVIDA

-->Os medos relacionados com a escola (exames, professores, reprovações).

-->A aparência física (acne, ser gordo, etc.).

-->A trovoada, relâmpagos e tremores de terra.

-->A morte.

-->Os conflitos entre os pais.

12.° AO 18.° ANO DE VIDA

-->O ser mal sucedido nas relações interpessoais.

-->A perda da auto-estima.

-->O medo de falhar.

-->A aparência física (ser gordo, feio, ter borbulhas, etc.).

3 comentários:

  1. OI, Km-Mad, eu tenho 28 anos e morro de medo ainda:
    - de agulha, de injeção, de escuro, de agua, de cobra, de tempestade, de altura...

    meu deus é muito medo!!

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  2. Grande parte de nossos medos, traumas, tensões, e mesmo depressão, originam-se desde nossos primeiros dias, com a educação repressiva que temos direcionadas a obedecer pelo medo! É o tal "dorme se não o bicho papão vem te pegar", "fica quieta porque senão a bruxa virá te buscar" e coisas desse tipo, sem contar o absurdo de céu e inferno ensinado por religiões onde somos ensinados a obedecer conceitos porque do contrário a pena capital será queimar-se no eterno fogo do inferno ou penar antes no tal purgatório (pesada essa pena, não só amedronta, aterroriza!). Penso que devemos educar nossos filhos dentro da verdade e conhecimento das coisas reais e não quiméricas! Assim teremos pessoas mais felizes, decididas e sem tanto medo e trauma de encarar o dia-a-dia como deve ser encarado!!!

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  3. Olá!!

    eu tenhu muitos medos:

    -antes de ir para a cama espreito sempre debaixo da cama

    -tenhu imensa fobia a aranhões(sempre que vejo um aranhao, peço para o matarem... e fico a coçar-me tempos e tempos...)



    Acho qe nao é normal


    o que de vo fazer?

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