Como encontrar a felicidade
A ideia de que temos de trabalhar para obtermos a nossa felicidade constitui uma novidade para muitos. Partimos do princípio de que é um sentimento que resulta das coisas boas que nos acontecem e sobre as quais temos pouco ou nenhum controle. Mas o contrário é que é verdade: a felicidade depende em larga medida de nós. É uma batalha a travar, não um sentimento a esperar. Para alcançarmos uma vida mais feliz é necessário derrubar algumas barreiras, três das quais são:
A comparação com os outros.
A maior parte de nós compara-se com aqueles que pensa serem mais felizes: um parente, um amigo ou, muitas vezes, alguém que mal conhecemos. Conheci certa vez um jovem que me chamou a atenção por me parecer particularmente bem-sucedido e feliz. Falou-me do seu amor pela mulher e pelas filhas e do prazer de ser anfitrião de um talk-show de rádio numa cidade que adorava. Então, começámos a falar da Internet. Ele abençoava a sua existência porque, graças a ela, podia obter informações sobre a esclerose múltipla, uma doença terrível de que a sua mulher padecia. Senti-me um idiota por ter assumido que a sua vida era um mar de rosas.
As imagens da perfeição.
Quase todos temos imagens de como deveria ser a vida. O problema, claro está, reside no facto de raramente os nossos empregos, cônjuges e filhos atingirem esses ideais imaginados.
A sindroma da «telha que falta».
A felicidade depende em larga medida de nós; é uma batalha a travar. Uma forma eficaz de sabotarmos a felicidade é olharmos para algo e repararmos sempre nas suas falhas, por mínimas que sejam. É como olharmos atentamente para um telhado e vermos o espaço onde falta uma telha. Como me disse um careca: «Quando entro numa sala, só vejo cabelo.»
Assim que identificarmos qual é a nossa telha que falta, devemos perguntar-nos seriamente se a sua aquisição nos tornaria mais felizes. De pois, é só fazer uma de três coisas: obtê-la, substituí-la por uma telha diferente ou concentrarmo-nos nas telhas que não faltam.
Passei anos a estudar a felicidade, e uma das conclusões mais significativas a que cheguei foi esta: há pouca correlação entre as circunstâncias da vida das pessoas e o seu grau de felicidade. Todos conhecemos pessoas que sempre tiveram uma vida relativamente fácil, mas são infelizes. E também conhecemos pessoas que sofreram bastante, mas se mantiveram geralmente felizes.
O primeiro segredo é a gratidão.
Todas as pessoas felizes estão gratas pelo que receberam de bom. As que não procedem assim nunca poderão ser felizes. Temos tendência a pensar que a infelicidade leva a que as pessoas se queixem, mas estaremos mais próximos da verdade se disser mos que são as queixas que levam a que as pessoas fiquem infelizes.
O segundo segredo é compreendermos que a felicidade é um subproduto de outras coisas.
As suas fontes mais óbvias são aquelas coisas que dão sentido à nossa vida - qualquer coisa, desde estudar insectos até jogar à bola. Quanto mais interesses tivermos, maiores serão as possibilidades de sermos felizes.
Por fim, a crença de que existe algo de permanente que nos transcende e de que a nossa existência tem algum significado mais amplo: precisamos de uma fé ou de uma filosofia de vida. Mas, seja qual for a nossa filosofia, deverá sempre incluir esta verdade: se optarmos por ver o lado positivo das coisas, teremos uma vida abençoada; se virmos só o lado negativo, viveremos num inferno.
0 comments:
Leia as regras:
Todos os comentários são lidos e moderados previamente.
São publicados aqueles que respeitam as regras abaixo:
- O seu comentário precisa ter relação com o assunto do post;
- Em hipótese alguma faça propaganda de outros blogs ou sites;
- Não inclua links desnecessários no conteúdo do seu comentário;
- Se quiser deixar a sua URL, comente usando a opção OpenID.