Como ultrapassar os tempos difíceis

Como enfrentar os inevitáveis azares da vida
Durante a vida, a dada altura, todos temos de sofrer, seja pela perda de entes queridos, da saúde ou de um emprego. É a nossa travessia do deserto, uma época em que nos sentimos pobres de opções e até de esperança. O importante é não nos perdermos nesse deserto. Poderemos então adoptar atitudes que nos ajudem de facto a ultrapassar os tempos difíceis? Tal como descobri, é possível. Eis como:
Faça o trabalho do luto
Os especialistas concordam que um período de luto é crucial. Não é motivo para vergonhas. «s lágrimas não são um sinal de que estamos apenas com pena de nós próprios, mas sim de que estamos tristes e temos de recorrer a essa escapatória. E não importa se essa mágoa leva tempo a vir à superfície desde que acabe por ser libertada.
Compreenda a sua raiva
A raiva é um sentimento natu­ral. Mas pode ser libertada de uma maneira pro­veitosa. Compreendida correctamente, pode ajudar à recuperação.
Enfrente o desafio
Outro obstáculo no caminho para a normalidade após uma perda importante pode ser a negação. Em vez de enfrentarem aquilo que lhes aconteceu, muita gente tenta afogar esse senti­mento procurando um escape. O homem que raramente bebia começa a agarrar-se aos copos, a mulher que vigiava o peso começa a comer demais. E outros tentam literalmente fugir.
Saia e aja!
Ao fim de algumas semanas, aconselho as pessoas que perderam um ente querido a regressar à rotina. É importante obrigarmo-nos a concentrar-nos noutras coisas que não o nosso sofrimento. Pense nestas actividades:
Entre para um grupo de apoio.
Uma vez tomada a decisão de con­tinuar a vida, precisará de alguém com quem falar e o tipo de con­versa mais eficaz poderá ser com al­guém que também tenha tido um desgosto.
Leia.
Quando, passado o choque inicial, se conseguir concentrar, a leitura, principalmente de livros que o ajudem a lidar com a situação, pode ser uma fonte de inspiração, bem como de descontracção.
Escreva um diário.
Muita gente sente-se reconfortada quando mantém um registo escrito das suas ex­periências. Na melhor das hipóteses, pode servir de autoterapia.
Planifique os acontecimentos.
A ideia de que existem coisas por que ansiar reforça o facto de estarmos a caminhar para um futuro novo. Por exemplo, marque a viagem que an­dou tanto tempo a adiar.
Aprenda outras coisas.
Faça um curso ou dedique-se a um novo hobby ou desporto. Tem uma vida nova à sua frente, e uma nova actividade irá complementá-la.
Recompense-se a si próprio.
Durante os períodos de grande tensão, até mesmo os aspectos mais simples da rotina diária (levantar-se, tomar duche, arranjar algo para comer) po­dem parecer complicados. Por isso, encare cada tarefa cumprida, por muito pequena que seja, como uma vitória que deve ser recompensada.
Faça exercício.
A actividade física pode ser terapêutica. O exercício abstrai-nos dos problemas que nos vão na cabeça permitindo-nos sen­tir o corpo com os dois pés assentes no chão.
Dedique-se aos outros.
Muita gente que sobrevive a situações traumáticas acaba por encontrar necessidade de fazer coisas importantes. Podem fundar organizações, escrever livros ou trabalhar para a comunidade. E durante esse tempo descobrem que uma excelente forma de se ajudarem a si próprios é ajudando os outros. Não é necessário que se torne de repente num organizador para conseguir chegar aos outros.
Seja paciente consigo
Muitas vezes, as pessoas perguntam: «Quando será que esta dor terrível passa?" Os especialistas recusam as tabelas cronológicas. De um modo geral, é um mínimo de seis meses até começarmos a sentir-nos um pouco melhor, mas pode levar mais tempo, até mesmo um ano ou dois. Depende muito da nossa disposição, do apoio que encontramos no nosso meio e do facto de termos ou não apoio e aproveitarmos.
Por isso, é preciso que tenha calma. Reconheça que necessita de tempo e que o seu ritmo de recuperação poderá não ser o mesmo que o de outras pessoas. E encoraje-se ao fim de cada passo em direcção à recuperação: «Ainda cá estou! Até aqui já consegui chegar!»

5 comentários:

  1. Na verdade cada um terá algum tipo de reação diante das dificuldades da vida. Apesar de todos os conselhos ninguém poderá se declarar preparado.

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  2. Caro colega lusitano: Aqui como aí, o luto é sempre uma perda a ser elaborada. De repente, não temos mais a quem direcionar o amor que ainda existe dentro de nós. E sempre continuará existindo. Já experimentei isso e já provei, na prática, que os seus conselhos realmente funcionam. Eu recomendo, com uma adição fundamental: Buscar a Deus com todas as forças do coração e da alma.

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  3. Acho que não há formulas para ajudarem nos momentos baixos, apenas muita vontade própria ou algo que nos puxe para cima.

    Francamente comigo tem sido o meu filho, os cães e as actividades que tenho com eles.

    Com outras pessoas será outras coisas ... todos temos de procurar a nossa "boia"

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  4. Temos que nos conformar com uma coisa.
    - Nossa vida é cheia de desafios e surpresas.
    Algumas coisas são inevitáveis.

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  5. perdi o meu pai há 8 meses de forma inesperada, ainda nã consegui fazer o luto e ultrapassar esta fase. tenho tanta coisa e pessoas ao meu encargo, entre filho, marido, mãe, trabalho, propostas novas de trabalho, novas tarefas que pretendo desenvolver, o querer passar mais tempo com o meu filho, para não correr o risco de perder algum tempo algum segundo da vida dele, quero estar presente em tudo o que ele precisar. é tão díficil coordenar isto tudo. a minha mãe era muito activa, e guarda o meu filho que tem 2 anos de momento, mas desde desta tragédia, a nossa família entrou em colisão total. e eu não sei o que fazer. só quero acordar e voltar a ter o meu pai de volta, ele apesar de tudo trazia muito equilibrio a nossa familia.
    que saudades..... esta dôr nunca mais tem fim... o que fazer para diminuir este sofrimento? é muito díficil, e não consigo sair desta angústia de forma nenhuma só quando estou com o meu filho sózinha, mas tem de ser só com ele, é que consigo encontrar alguma paz. sinto-me perdida.

    depois de ler algumas coisas nesta página fiquei a perceber que ainda tenho muito que percorrer até encontrar alguma paz interior,e rápido porque caso contrário até lá vou arruinar o resto da minha familia.

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