Água fonte de vida
Água: a fonte da vida
Podemos bebê-la, banharmo-nos nela, contemplá-la ao pôr do Sol.
Passar sem ela é que não podemos.
Por vezes, menosprezamos a suprema importância da água, embora ela seja o composto mais abundante do nosso organismo e também o mais essencial. É, inclusive, mais importante que os cinco tipos de nutrientes (hidratos de carbono, vitaminas, proteínas, minerais e gorduras) em conjunto. Os seres humanos conseguem viver até 40 dias sem comida, mas nunca mais de sete sem água.
A água transporta nutrientes, elimina detritos, actua como ar condicionado e dissolvente universal, ajuda os produtos químicos a reagirem entre si, é um dos elementos presentes no líquido lubrificante dos olhos e das articulações, garantindo igualmente a lubrificação ao longo do aparelho digestivo. Na realidade, a água é tão importante para o organismo que constitui a sua maior parte: o corpo de uma pessoa de estatura média contém até 50 1 de água, ou seja 65 a 75% do seu peso. Todos os tecidos do corpo são constituídos por 70 a 75% de água. O sangue é quase só água, e o mesmo se passa em 20% dos ossos.
Um adulto médio gasta até 3 1 de água por dia, e é importante que essa água seja reposta. Qualquer líquido pode fornecer parte da que é necessária (embora o café, o chá, os refrigerantes e as bebidas alcoólicas actuem como diuréticos, reduzindo a quantidade de água existente no organismo). É à comida que vamos buscar grande parte da água. Pratica mente, tudo o que comemos tem pelo menos 50% de água; a carne tem 70%.
Não há grande perigo de consumirmos água em excesso, porque aquela de que não precisamos é eliminada através das excreções, exalação e transpiração; mesmo que não seja visível, a água sai pelos poros da pele. A desidratação, ou seja um estado em que o organismo não tem água suficiente, é de longe a complicação mais vulgar. E a desidratação pode provocar a morte.
As pessoas que fazem dieta estão particularmente sujeitas a sofrer de desidratação. No início, a dieta rigorosa reduz a quantidade de água do organismo a níveis inferiores aos necessários para o seu funcionamento. Isso não só é eventualmente perigoso como ineficaz: na primeira oportunidade, o organismo irá recuperar e reter a água (e o peso) perdidos. Mas a água potável, que não tem calorias, é um auxiliar precioso na perda de peso. Pense no seu estômago como um espaço limitado. Se beber água, senti-lo-á cheio. Mesmo que queira comer mais, terá de parar por falta de espaço.
Embora, ao contrário do que certas pessoas garantem, a água não retarda o processo de envelhecimento da pele e a desidratação pode provocar rugas. Um corpo desidratado irá buscar água ao tecido cutâneo para fornecê-la em quantidade suficiente para funções orgânicas mais vitais, tais como a circulação sanguínea.
Mas a água também tem os seus inconvenientes. Não deverá causar surpresa saber que a mesma substância que consegue atravessar montanhas e deslocar populações inteiras pode também secar a nossa pele. Banhos em excesso eliminam a camada de substância gordurosa que constitui a protecção natural da pele. Se se retirar essa camada protectora, pode ficar a perder-se água com mais facilidade. Deve tomar-se um banho por dia, nunca mais.
A cara pode, e deve, ser lavada mais vezes porque as suas muitas glândulas sebáceas protegem-na da desidratação. Por isso recomenda-se mesmo que os doentes com pele seca tomem banho menos vezes e apliquem a seguir uma loção hidratante. Tais loções são benéficas não só por conterem óleos, mas também por formarem uma espécie de barreira que retém a água na pele.
A ideia de que a água tem propriedades terapêuticas já vem de longe. Os Japoneses já tomavam banhos quentes há 1500 anos. Os Romanos tomavam banhos a vapor e recorriam aos balneários e nascentes termais para tratar certas doenças. O termalismo, baseado na crença nos efeitos milagrosos da água, é uma indústria florescente na Europa. Em França, cerca de 600 000 pessoas (1% da população) vão anualmente às termas - para beber água, tomar banho de banheira ou de mangueira e até inalá-la pelo nariz.
Os defensores do termalismo não têm a pretensão de saber como e por que é que tal dá resultado, e os mais reputados admitem existir pouco fundamento científico. Alguns acre ditam plenamente que as águas minerais são eficazes no tratamento de certas doenças devido ao seu calor, ao seu fluxo repousante ou a uma com posição química especial. Mas muitos concordam que o efeito mais importante das termas é psicológico: a atmosfera de repouso, a esperança de cura.
E, no entanto, tanto os médicos como os fisioterapeutas utilizam a água em muitos tratamentos universalmente aceites: água fria para baixar a febre, evitar inchaços, aliviar a dor das equimoses; água quente para descontrair os músculos e aliviar as dores musculares, e tratamentos de imersão para reconstituir ligamentos, limpar e curar queimaduras e aliviar as dores provocadas por certas afecções como a artrite.
Há qualquer coisa de refrescante no facto de a água, embora longe de ser um produto novo ou aperfeiçoado, ainda ter o seu lugar na medicina, e até no comércio. E um produto para o qual os publicitários podem tecer os mais extravagantes, embora válidos, elogios. É uma bebida que pode ajudar a emagrecer; nas discotecas e clubes da moda já é bebida elegante; e, para o que der e vier, lá está pronta a sair das bocas de incêndio em qualquer país do Mundo. Beba, pois, à sua saúde!
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