Como evitar discussões inúteis

EVITE DISCUSSOES INUTEIS
Como reage quando alguém lhe diz algo injusto ou desagradável? So­fre em silêncio, sem saber o que di­zer? Riposta para logo de seguida se arrepender? É natural ofendermo-nos quan­do alguém é malcriado. Podemos pensar «Que parvalhão!», mas reagir com rispidez cria um clima de anta­gonismo que só torna as coisas pio­res. Lidar com pessoas difíceis faz parte do quotidiano. E existem for­mas pacíficas com que podemos de­ fender-nos sem dar réplica nem ini­ciar uma discussão. Técnicas a que se chama «Tongue Fu!»
Encare provocações com humor.
Todos nós temos pontos sensíveis que podem levar-nos a perder a cal­ma. Se tem alguma particularidade que o incomode, tente divertir-se com isso. Comece a coleccionar res­postas para os comentários que tan­to receia.
Quando as pessoas reclamam, não explique.
O telefone toca na sua secretária. Você atende e a pes­soa que ligou desata a reclamar: «En­comendei um catálogo há três sema­nas e ainda não o recebi! Afinal que empresa é essa?» Não se dê ao trabalho de explicar que metade do pessoal está em casa com gripe. Por bem-intencionadas que sejam, tais explicações normal­mente só servem para irritar ainda mais o queixoso, porque as enca­ra como desculpas. Se a reclamação for legítima, evite minimizar a falha. Em vez disso, dê-lhe razão, peça des­culpa e informe-o logo do que vai ser feito em relação ao caso. Diga­ -lhe apenas: «Tem razão. Peço des­culpa por ainda não o ter recebido. Se me der outra vez o seu nome e morada, tratarei pessoalmente de lho enviar ainda hoje pelo correio.»
Recentemente, assisti pela primei­ra vez a esta técnica. A sala de espera do consultório do meu médico esta­va cheia. O homem sentado à mi­nha frente já folheara a pilha de revistas velhas e não parava quieto na cadeira, a olhar constantemente pa­ra o relógio. Finalmente, dirigiu-se ao guiché da recepcionista e bateu no vidro. «Que se passa?», pergun­tou com ar furioso. «Eu tinha uma consulta para as três horas!»
«Tem razão», respondeu ela. «Des­culpe ter estado tanto tempo à espera. O doutor ficou retido numa ci­rurgia. Deixe-me ligar para o hospi­tal a saber quanto tempo vai demo­rar. Agradeço a sua paciência.» Pedir desculpa a alguém não sig­nifica estarmos a admitir que temos culpa. Com isso limitamo-nos a acei­tar a raiva da outra pessoa, desar­mando-a de argumentos. Depois, ao agirmos, concentrando-nos no que se pode fazer e não no que não foi feito, remedeia-se um erro antes que ele assuma maiores proporções.
Saídas airosas.
Um conhecido meu foi um dia jantar com a mu­lher a casa, dos pais dela. «Quando estávamos à mesa», contou-me ele, «comentei que as obras na via rápi­da estavam outra vez paradas. Que disparate! O meu sogro respondeu logo que ainda bem, «Essa via rápida nunca devia ter sido construída! Está a destruir um importante vale histórico!» Pois é, mas eu gasto todos os dias mais de uma hora a chegar ao emprego. Disse-lhe que conside­rava a auto-estrada um mal neces­sário porque há quatro vezes mais carros do que havia há dez anos no mesmo número de estradas.
O pai da minha mulher resmungou que era típico da minha geração egoísta pensar mais no tempo que se gasta na estrada para ir trabalhar do que num local com valor arqueológi­co. Perdi a paciência e ripostei: «Não se pode deter o progresso.» Pronto, foi a gota de água. O meu sogro levantou-se e saiu da sala, afirman­do: «Não sou obrigado a ficar aqui a ouvir coisas dessas à minha própria mesa.» Lamento não ter evitado tal situação. Se tivesse percebido me­lhor o quanto ele era sensível à ques­tão, podia ter evitado tão infeliz desaire com um simples «Estamos de acordo em que discordamos», mu­dando educadamente de conversa.»
Em quase todas as desavenças, ca­da lado tem razões legítimas, pelo que ficar cada um na sua é uma das várias saídas airosas de uma discus­são estéril. Se é óbvio que não conseguimos mudar a opinião da ou­tra pessoa e que ela não conseguirá mudar a nossa, fiquemo-nos por aí. Antes que haja danos irreparáveis, lembre-se do provérbio russo: «Uma palavra proferida voa; não se conse­gue apanhá-la.»
Uma maneira eficaz de evitar os impasses é dizer «Temos ambos ra­zão!» e passar a um tema mais segu­ro. Por exemplo, você e o seu côn­juge não estão de acordo quanto à forma de disciplinar o vosso filho adolescente, e, aos poucos, a conver­sa transforma-se em discussão. Lá por não concordarem um com o ou­tro, não significa que sejam inimigos. Dizer «Calma aí, ambos quere­mos a mesma coisa» pode acabar com a animosidade e levar-vos de novo a um esforço conjunto.
Ou pode fazer uma saída airosa antes mesmo de entrar na discussão. Estava a falar com vários colegas meus e a conversa virou-se para a eleição do primeiro-ministro. A campanha fora re­nhida, com cada um dos partidos a acusar o outro de actos de corrupção. Os meus companheiros esta­vam em lados opostos da barreira política e a discussão acalorou-se. Um deles virou-se para mim e per­guntou: «Quem é que achas que de­ve ser eleito?» Eu não estava para envolver-me em tão inútil debate e, levantando os braços, respondi com um sorriso: «Não me metam nisso.» Qualquer que seja a situação, as discussões são uma perda ou, quan­to muito, uma má utilização do tempo. Ao evitar-se discussões in­frutíferas, toda a gente ganha.

4 comentários:

  1. Evitar o stress é mais que meio caminho andado para um vida feliz.
    Abração

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  2. Ignorar ainda é o melhor remédio.

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  3. Gosto muito das tuas postagens. Usar a inteligência emocional é essencial para evitar atritos, como diz o ditado:o silêncio vale ouro, a palavra vale prata. Em algumas situações o melhor é ficar quieto! Beijos.

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  4. eu nao suporto bateção de boca isso me inrrita

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