Superstições: amuletos e talismãs

Superstições: o que são?
O que são afinal superstições?
São várias as pessoas que não gostam de superstições, mas são, igualmente, muitas outras, talvez até mais, as que acreditam em superstições.
Superstição é uma espécie de crença no poder mágico de certas coisas ou factos, mas sem qualquer fundamentação científica. Por exemplo: muita gente não é capaz de passar por baixo de uma escada, pois julga que isso dá azar. Porém, não existe nenhuma lógica para provar isso!
A sexta-feira 13, por exemplo, é uma das superstições mais difundidas, pois há quem acredite que se trata de um dia agourento. Essa crendice é mais popular entre os cristãos. A razão disso é o facto de Jesus Cristo haver sido crucificado numa sexta-feira e de que, na última ceia, havia treze pessoas à mesa.
Deve-se aceitar essa superstição?
Em 1936 uma firma de seguros publicou a relação dos acidentes ocorridos nos últimos cinco anos, na Inglaterra. Pois bem: o dia em que ocorreram menos desastres havia sido a tão caluniada sexta-feira! E o domingo, tão respeitado, fora o dia em que tinha havido mais acidentes!
Outra estatística foi feita pelo jornal norte-americano Norfolk Behavior: Colombo partiu para a sua famosa expedição numa sexta-feira, dia 21 de agosto de 1492. No dia 12 de outubro desse ano, uma sexta-feira, avistou terra pela primeira vez.
Em 14 de março de 1493, sexta-feira, chegou a Palos levando a boa nova.
No dia 23 de novembro de 1493, sexta-feira, chegou a Hispaniola, realizando a sua segunda viagem. E foi também numa sexta-feira, em 13 de junho de 1494, que ele desvendava o Novo Mundo.
Quer dizer: a sexta-feira não é tão azarada assim, não é mesmo?
Em Portugal, mais propriamente na capital, Lisboa, o 13 de Junho é feriado e festejam-se as festas da cidade, no dia dedicado a santo António. Será que os lisboetas deixarão de festejar as tão afamadas festas da cidade caso o dia 13 corresponda a uma sexta-feira? É evidente que não. Festa é festa e as superstições, neste caso, parecem não existir mesmo.
Existem tantas superstições por esse mundo fora que certas pessoas chegam mesmo a irritar-se com essa situação. dizem elas: como é possível aceitar essas crendices numa era científica como a nossa?
No ano de 1932, alguns ingleses que pensavam assim resolveram fundar, em Londres, um clube com a única finalidade de chatear os supersticiosos. Ou seja, faziam tudo o que a crendice popular diz que "dá azar", só para demonstrar que isso não passa de um perfeito disparate.
O dia das reuniões, por exemplo, era às sextas-feiras, dia da semana que muitos acham de mau agouro. Davam banquetes nesse dia e sempre com treze sócios à mesa. Não havia porta-chapéus. Assim, todos eram obrigados a deixar os seus chapéus sobre a cama - o que dá um tremendo azar, segundo os supersticiosos.
Entornavam sal na mesa, punham as facas em cruz, e por aí fora.
Sempre que o calendário anunciava uma sexta-feira e um dia 13, organizavam excursões para esse dia...
Quando o clube foi inaugurado, os jornais publicaram a foto de treze risonhos senhores ao redor de uma mesa, alguns empunhando guarda-chuvas... abertos, o que, segundo os supersticiosos, é um verdadeiro perigo!
Porém, existem muitas pessoas que levam bastante a sério isto das superstições e durante as 24 do dia levam essas questões muito a peito. Ora vejamos alguns exemplos de crendices populares para com o intuito de atrair a boa sorte:
1) Deitar com a cabeça em direcção ao Norte para não ser enganado; deitar com a cabeça para o Sul para ficar rico, pois o ouro e as pedras preciosas vêm do Sul; deitar com a cabeça para o Leste para ficar sábio, pois a luz vem do Oriente; e, finalmente, deitar com a cabeça para o Oeste para trazer viagens bem sucedidas: Colombo, Magalhães e outros descobridores partiram na direcção do Ocidente...
2) Na hora de acordar, abrir primeiro o olho direito, que é o símbolo do trabalho: isso trará êxito nos negócios. E se quiser ver tudo com clareza e não ser enganado por ninguém, abra os dois olhos ao mesmo tempo, ao despertar.
3) Se você colocou as suas meias do avesso, não se preocupe: isso é sinal de que vai receber boas notícias.
4) Se você comer ovos pela manhã, não se esqueça de quebrar a casca com uma colher. Assim, não lhe faltará dinheiro.
5) Se sentir um zumbido na orelha esquerda, isso significa que estão a falar bem de si; na direita, que você está sendo caluniado.
6) Ao levantar da cama - e ao sair de casa - procure dar o primeiro passo com o pé direito. Entrar num lugar com o pé direito dar-lhe-á o dom de atrair a boa sorte e a felicidade.
Também muitas pessoas, com a intenção de afastar o mal e atrair a boa sorte, usam no seu dia-a-dia amuletos e talismãs.
O amuleto é um objecto usado como protecção mágica, para afastar as influências más. O uso do amuleto vem desde que o mundo é mundo, sendo conhecido em muitas civilizações.
Os antigos egípcios usavam inúmeros amuletos; os hebreus também, e neles costumavam guardar textos sagrados. Os cristãos do século IV usavam amuletos em que ocultavam versos bíblicos. Os materiais utilizados em amuletos podem ser muito diversos: desde dentes de animais até pedras preciosas. Às vezes ostentam gravações de símbolos, como a roda do deus-sol.
Mas, se o amuleto defende o seu possuidor, o talismã vai um pouco mais longe. Segundo a tradição, o talismã dá ao seu possuidor um poder mágico activo, que favorece a realização de inúmeros desejos. Eram talismãs: o lendário anel ou selo de Salomão; acreditava-se que este anel tinha o poder de dominar anjos, gigantes e demónios e, também, a lâmpada de Aladino.
Aladino, o tal da lâmpada maravilhosa, trata-se de um dos mais populares heróis das famosas Mil e Uma Noites, colecção de contos e lendas da literatura árabe.
A história é mais ou menos assim: Aladino entra na posse de uma lâmpada mágica que, ao ser esfregada, liberta um poderoso génio, que cumprirá todas as ordens do seu possuidor. Aladino usa, então, a lâmpada para satisfazer todas as suas necessidades e as de sua mãe.
Um dia, Aladino vê passar a bela filha do sultão e apoixona-se. Mas o pai da jovem faz exigências descabidas para dar a mão da princesa aos seus pretendentes. Por exemplo: construir, de um dia para o outro, um palácio com 24 janelas feitas de pedras preciosas. Com a ajuda da lâmpada maravilhosa, Aladino realiza todas as proezas e conquista a sua amada princesa.
Deste conto surgiu a expressão: "lâmpada de Aladino", significando um método para satisfazer todos os desejos.
O uso de um pata de coelho. Muita gente acredita que usar um pata de coelho dá sorte. como esse animal se multiplica rapidamente, virou um símbolo de poder e fertilidade. Além disso, o homem primitivo via na terra a fonte da vida. E a parte mais sagrada do corpo era aquela que ficava em contacto com a terra. Por isso, os pés e as pegadas tinham significado místico. Uma coisa puxa a outra, e isso talvez explique por que o pé do animal mais fértil acabou tendo fama de trazer boa sorte.
Os antigos negros do Sul dos Estados Unidos da América consideravam o coelho uma espécie de bicho sobrenatural, o mais esperto de todos. Muitos acreditam tanto no poder mágico do pé de coelho que chegam a usá-lo até como amuleto contra doenças em geral.
Também o uso de uma ferradura parece ter um poder mágico. Segundo a tradição popular isso deve-se a três causas: o seu formato, a sua ligação com o cavalo e o facto de ser feita de ferro.
O formato da ferradura lembra o da lua crescente, e esta é venerada em muitas regiões. Por sua vez, o cavalo é considerado como uma defesa forte contra o mau-olhado, especialmente na Arábia, Espanha e Alemanha. E quanto ao ferro que compõe a ferradura, é crença antiga que ele tem a virtude de repelir as bruxas, os duendes e os maus espíritos.
Mas, a lista de amuletos, ou seja de objectos usados para afastar o mal, é quase interminável. Eis mais alguns exemplos: cabeças e dentes de alho, amêndoas, âncoras, chifres de carneiro, galhos de arruda, víboras, caroços de tãmara, castanhas, cebolas, chaves, garrafas, cavalos-marinhos, dentes de javali, lagartixas, nós, vassouras, sapos, tesouras e mil e um coisas estranhas!
Os hindus usam um tradicional amuleto: pequenas esferas em colares, contendo milhares de elefantes pequeniníssimos esculpidos em marfim!
Outro amuleto curioso é usado no Japão: a estatueta de um gato sentado estendendo a pata direita para a frente. Chama-se maneki neko, isto é, "o gato que convida".
Na América Latina acredita-se que os dentes de jacará protegem a dentição da criança.
Depois de tudo isto, afinal não se pode culpar que muitas pessoas tenham a cisma por muitos objectos que crêem trazer-lhes boa sorte e afastar o mal.
Superstições? Afinal quem as não tem? Você? Será que não?
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5 comentários:

  1. Olá a todos!

    Superstições existiram e vão sempre existir, porque como tudo, vão sendo transmitidas de geração para geração. Algo que todos nós sabemos e que vamos transmitir sempre porque por mais que acreditemos "ah isso são tudo invenções dos antigos" existem maus momentos na vida que nos levam a crer "ah isso deve ser bruxedo". Por mais que nos queiramos abstrair e aproximar-mo-nos da era da ciência surge sempre o tentar explicar o inexplicável por superstições.

    Um excerto que não concordo foi o "era da ciência"...Estamos sim nela há bastantes anos e cada vez mais, mas não nos vamos esquecer que, a ciência não consegue explicar tudo e tudo que ela explica, mais cedo ou mais tarde, pode vir a ser refutado. Por isso, apelar à ciência ou justificar a superstição pelo uso da razão, é algo que não é de todo correcto.

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  2. Olá, eu imagino que todos nós temos agum tipo de supertição, pelo menos no subconciente. Evidentemente, outras pessoas têm de forma explícita.

    Abraços

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  3. Muito bom o tema e a exposição.
    "Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay".
    Certa feita Niels Bohr, o grande pioneiro da ciência quântica, foi pego em flagrante: tinha pregado uma ferradura na porta:
    -Mas Bohr, você é supersticioso?
    - Ora, é claro que não! Mas dizem que ela dá sorte até para quem não acredita, então pendurei ela aí.

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  4. hummm eu só me sinto incomodada com inveja, aquele olhar malicioso acompanhado de uma frase de arrepiar, então, cuidado, pode ser uma pegadinha do destino.

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  5. acho que não tenho muitas superstições, muitas vezes seja só o fato de ter tanto medo de algo que faz aquilo acontecer, o poder da nossa mente é maior que imaginamos

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